segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

O Restaurante e o Filme da Semana

Nota Prévia: O meu conceito de semana difere um pouco da convenção, daí que o enquadramento temporal dos acontecimentos possa suscitar algumas dúvidas a quem se dê ao trabalho de os tentar compreender. A minha semana termina quando (finalmente) chego a uma folga. E começa um, dois ou três dias depois, de acordo com os desígnios do trabalho, esse mal inevitável, essa fonte inesgotável de amor-ódio.
Assim sendo, esta semana (semana passada de acordo com a convenção) revisitei em inigualável companhia um Restaurante que tive oportunidade de ver nascer, bem no centro de Lisboa, há poucos anos atrás. Apesar de algumas críticas recentes que ouvi acerca do atendimento achei que seria o sítio certo para visitar no dia em causa. A reserva adivinhou-se mais fácil do que o esperado, ainda que condicionada ao horário de ocupação da mesa. Ainda assim, o conversa telefónica de poucos segundos transpareceu profissionalismo, empatia e acima de tudo uma óptima noção do que é ser comercial. O convite para depois do jantar ocupar o Tapas Bar pareceu-me a solução óptima para contornar as limitações de tempo impostas.
Pois é, que me desculpem os descrentes, mas senti convictamente que o Luca (www.luca.pt/) soubre crescer com o tempo. Se é local de moda, seguramente é merecido. A simpatia, rigor e profissionalismo de toda a equipa confirmaram-se. O convite para um mojito e uma caipirinha antes de ocupar a mesa resultou em cheio como forma de fazer aguardar (nós é que estávamos adiantados). A fusão entre sabores Italianos e Portugueses continua a resultar em cheio. Nos couverts, nas entradas, na variedade e requinte dos pratos principais, nos "mimos" que pontualmente trazem à mesa. E o ambiente continua inigualável!
A surpresa estava para vir. Acabámos por ocupar o Tapas Bar por nossa iniciativa e sem qualquer imposição temporal. E o "cantinho" que encontrámos surpreendeu pela beleza aliada à simplicidade. Um local acolhedor para comer umas Tapas (não estivesse eu de estômago cheio...), beber um bom copo de vinho e esbanjar conversa. Um excelente local para um café, uma água ou algo mais liquidamente espirítuoso. E mais uma vez tudo valeu pelo prazer da companhia...

Mas porque também é possível tirar prazer da solidão e das virtudes do pensamento solitário, dediquei a tarde de hoje (final da minha semana, início da semana convencional) a fazê-lo. Manhã dedicada à máxima que adoptei à muito: Mens sana in corpore sano. Início de tarde para uns minutos de ócio, leitura, café e uma água ao ar livre (ainda é possível encontrar sossego no Centro de Lisboa e com isso conseguir conciliar tantas formas de prazer). Final de tarde para os fascínios audiovisuais do grande ecrã. E para a capacidade de nos absorver nos meandros criativos das estórias e História que nos contam.
Assim foi com um filme para o qual já levava expectativas altas, ainda que num primeiro contacto a sinopse não tenha suscitado grande curiosidade. Expiação (título original: Atonement) faz-nos viajar por uma dimensão cénica inigualável. A fotografia é uma preocupação constante e conseguida. O passado recente fica ali tão próximo. E as emoções fazem-se sentir nos intrincados meandros da Paixão, do Amor, da curiosidade humana, da irreverência da adolescência, do ódio, da desilusão, da injustiça, da guerra, da dor, da resignação, da distância, da proximidade, do mea culpa, da inevitabilidade, da injustiça ,do destino que construímos, do destino que nos destroem, da redenção, da cobardia, de um sem fim de sentimentos que se coadunam na construção de uma história de Vidas.

1ª Ideia a reter: a mesma realidade difere de acordo com os olhos que a vêem. Só vemos aquilo que queremos ver e em que ousamos acreditar, em plena e inconsciente convicção de que a vista não falha. Pretenciosa arrogância da raça humana. Vemos aquilo em que cremos, e o poder da mente é bem mais forte que o da Visão...

2ª Ideia a reter: Há erros de que nunca nos vamos poder redimir. E que possivelmente nunca encararemos enquanto erros, ainda que saibamos que o foram...

Expiação tem ainda a virtude de recriar um cenário dantesco, em plena II Guerra Mundial. Vale a pena centrar esforços na observação de cada um dos mais ínfimos pormenores (arrepiantes) da praia de Dunquerque e tudo o que lá terá sido vivido.

Last but not least...Cento e trinta minutos bem passados na companhia de Keira Knightley...


Posto isto, onde acabará a noite? Reservo-me ao prazer do segredo...

2 comentários:

RUI disse...

há pessoas com muita sorte...Centro e Trinta minutos com a Keira Knightley...tb quero!!!!

YAKARIA disse...

Grandes comidinhas que o Luca nos serve:) Autênticos Manjares;)